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FRANCIS BACON E OS ÍDOLOS

        Francis Bacon (1561-1626) nasceu em Londres, foi um político, filósofo empirista, cientista inglês etc., e antes que você compare com nossos políticos brasileiros saiba que ele foi condenado por corrupção (pensa que é só aqui nas terras tupis, amiguinho(a)?). Tirando essa parte ruim, ele foi um verdadeiro gênio e é considerado um dos pais fundadores da Revolução Científica. Alguns dizem que Bacon era o verdadeiro escritor por trás do suposto pseudônimo Shakespeare.      Para Bacon, a ciência deveria ser utilizada para o bem da humanidade (na verdade ele queria que o homem dominasse a natureza) o que chamou de imperium hominis (império do homem) . Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo, foi aclamado muitas vezes como o “fundador da ciência moderna”. Sua principal obra filosófica é o novum organum .      Se para muitos a filosofia é algo para ficar divagando, contando nuvens em formato de pokémon, para Bacon é també
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O QUE É ÉTICA?

Ética (do grego ethikos, “costume”, “comportamento”) é uma disciplina filosófica que visa refletir sobre os sistemas morais elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das normas e interdições próprias a cada sistema moral. Pronto. Para aqueles que querem somente um conceito para copiar e colar, ou pesquisas rápidas, o parágrafo anterior será mais do que o suficiente, mas para nós desagrilhoados das amarras da caverna, muito de conhecimento ainda é pouco. Avante! Quase todo texto de ética começa dizendo que “no mundo de hoje etc. A verdade é que problemas éticos sempre existiram no mundo e, obviamente, foi justamente por isso que filósofos pensaram tanto a respeito da ética. Por isso, livre-se dessa ideia de que há uma crise ética nunca antes vista. Pode até haver uma crise ética, mas ela já foi vista, revista, repetida e milhares de anos depois ainda estamos discutindo. Pelo jeito, foi mais fácil levar o homem até a lua do que resolver algo sobre o comp

TRICOTOMIA E CLASSES DOS SIGNOS

Para entender este texto é preciso que você, caro leitor, leia primeiro a Fenomenologia em Peirce . Como vimos em textos anteriores deste blog, as relações triádicas deixaram de ser novidade desde Platão (427 a.C-347 a.C.). Platão foi um dos primeiros a apontar uma sistematização entre “nome”, “ideia” e “coisa”, portanto, estruturas triádicas. Peirce, desenvolveu, a partir dessas relações uma classificação que resulta na divisão dos signos em mais de dez classes que são uma espécie de distribuição lógica entre combinações possíveis entre tríades. Semiose Semiose é entendida como o processo de significação do signo. É preciso, de fato, considerar o movimento do signo para gerar o significado, ou seja, a inter-relação do signo, objeto e interpretante. Segundo Peirce, na semiose não há restrição ou limitação, pois o processo é amplo, é ilimitado, uma vez que na cadeia há uma ação de gerar, produzir e criar e, consequentemente, sendo tudo transformado novamente. Mas é import

A FENOMENOLOGIA EM PEIRCE

A semiótica peirceana procura investigar os diversos tipos de processos de significação, considerando questões como: como se deu o processo de significação? Como se constituiu em linguagem? Qual o efeito de sentido produzido? Os três elementos de investigação, como já vimos em outros textos deste blog: objeto, interpretante e representamen . Segundo Peirce, a fenomenologia estuda e investiga os fenômenos (óbvio), propondo formas capazes de classificar qualquer pensamento, reduzindo as três categorias ditas universais que são: Primeiridade, secundidade e terceiridade. Como não há restrição nas aplicabilidades são camadas de universais. O termo “fenomenologia” vem do grego e é a junção de duas palavras: phainomeno (fenômeno) e logos (estudo) da ciência, também pode ser interpretada como um método para investigação filosófica. As categorias universais Primeiramente nos estudos de Peirce, ele reconheceu duas ordens de categorias, particulares e as universais. Em 1903, na co

OS FUNDAMENTOS DA SEMIÓTICA

Só recapitulando. Para chegarmos até aqui tivemos que passar pela história da filosofia, com um foco na semiótica. Passamos pela Semiótica Lógica (Platão, Aristóteles, Estoicos e Santo Agostinho), passamos pelo processo mais didático dos epicuristas, depois pela Semiótica Medieval (Roger Bacon e João de São Thomas), caminhando pelas referências religiosas (doutrina dos quatro sentidos, doutrina das assinaturas (Paracelso), nos encontramos com a Semiótica Racionalista (René Descartes) e chegamos até a Semiótica Moderna (John Locke, Charles Sanders Peirce e Ferdinand Saussure). Isso tudo em apenas dois textos aqui deste blog, respectivamente: Semiótica – Até tu, Santo Agostinho? e Semiótica – Da Era Medieval Até Peirce . Não é necessariamente obrigatória a leitura dos textos nessa ordem, mas seria interessante dar uma olhada. Mal não vai fazer, garanto. Mas, neste caso, a ordem dos tratores não altera o viaduto. Você pode partir para os fundamentos da semiótica e depois ver quais os

SEMIÓTICA – DA ERA MEDIEVAL ATÉ O PEIRCE

Já passamos então pelo período da semiótica lógica (Platão, Aristóteles, os Estoicos, Santo Agostinho) e pelo processo didático (epicuristas). Se você não está lembrado ou ainda não leu acesse: Semiótica - Até tu, Santo Agostinho? Agora vamos para Semiótica Medieval. 1 - Também conhecida como semiótica escolástica (tentativa de conciliar a Teologia com a Filosofia). Se você pensa que os monges da idade média ficavam rezando, dormindo e rezando, você, caro leitor, está muito enganado. Nesse ambiente de pedras úmidas com ares teológicos foi consolidado ar ditas artes liberais como gramática, retórica e dialética. Isso abriu possibilidade de se debater o signo. Os estudos da filosofia natural, filosofia moral, e ciência dos signos também conhecida como ciência racional, que tinha bastante afinidade com a lógica. O fato é que esses estudos foram organizados nesse período. Dois importantes tratados criados nessa época foram de grande contribuição. De signis de Roger Bacon (1215 –

SEMIÓTICA – ATÉ TU, SANTO AGOSTINHO?

Semiótica é o estudo dos signos, que consiste em todos os elementos que representam algum significado e sentido para o ser humano, abrangendo as linguagens verbais e não verbais. Ela teve sua origem, provavelmente, na Grécia Antiga, mas se desenvolveu apenas no século XX, com os trabalhos de Ferdinand de Saussure (1857 – 1913), e Charles Peirce (1839 – 1914). A semiótica busca estudar e entender todo o processo de comunicação, como eles são feitos, quais os seus sentidos, quais são os seus efeitos na vida do ser humano tanto no plano individual quanto no social, portanto, seus objetos de estudo são extremamente amplos. Platão (427 a.C. -347 a.C.) foi considerado o primeiro pensador a organizar a estrutura triádica do signo, já que em seu diálogo Crátilo (Justezas dos Nomes), ele sistematizou e relacionou “nome”, “ideia” e “coisa”. Para Platão funcionava mais ou menos assim: SIGNO = Nome + Ideia + Coisa Para esse pensador as verdades ditas por palavras, mesmo